Capitulo 16.

Acordei com alguém me pegando no colo, era o Junior me carregando. Apenas coloquei meus braços em volta do seu pescoço, e cheirei o mesmo. Ele deu um beijo em minha testa e não vi mais nada... 
" Estava na praia com um vestido cheio de sangue, sentindo uma dor enorme em minha barriga, olhei pra baixo e tinha sangue em minhas partes íntimas. Ouvi alguém me chamando, olhei e era o Junior com uma expressão nada boa. 
Junior: Você achou mesmo que seria mãe? Você não consegue nem ser minha mulher, imagina gerar uma criança - quando percebi tinha uma mulher ao seu lado, uma mulher linda, e eles estavam rindo de mim. 
Vanessa: porque você está dizendo isso Junior? - Meus olhos encheram de lágrimas, não estava entendendo isso tudo. 
Junior: Olhe pra você, não serve pra nada, deveria ter ficado no seu devido lugar, vagabunda - ele pegou a loira e foi indo embora. 
Vanessa: JUNIOR NÃOOO, VOLTA AQUI POR FAVOR, NÃO ME DEIXA SOZINHA. "
Acordei com alguém me cutucando, abri os olhos chorando e era o Junior. Ele me abraçou com força,  provavelmente não sabendo o porque disso tudo. Chorei desesperadamente, já entendo o sonho, não sou capaz de gerar uma criança, como iria fazer meu casamento dar certo ou até mesmo tentar novamente ser mãe. 
Junior: O que você estava sonhando? - Disse olhando em meus olhos. 
Vanessa: Eu não sou capaz de gerar uma criança Junior - comecei a chorar novamente. 
Junior: Shiu, não diga isso! - Ele me abraçou, ficamos assim durante um tempo. Não tinha noção do tempo, nem se era dia ou noite. Mas eu sabia que aquele lugar era um melhor lugar que eu poderia estar, eu estava protegida, e nada de mal poderia acontecer. Esse mês o Junior tinha mudado tanto, estava me tratando tão bem mesmo as vezes com seus ataques, me lembrei que o Albert tinha marcado de me encontrar e meu medo foi maior ainda.
Vanessa: Que horas são? - Sai do seu abraço, já tinha parado de chorar mas ainda estava com aquele sonho na cabeça 
Junior: 09 hrs - dei um selinho nele e me levantei,  fui até o banheiro tomei um banho super rápido.  Junior já tinha se levantando e estava no closet se trocando, passei por ele e fui até meu quarto a onde estava algumas outras roupas minhas, me troquei e desci encontrando apenas o Junior.  
Vanessa: Cadê a Mah? - Peguei uma fatia de pão com presunto e queijo. 
Junior: Ela pediu a folga dela, disse que precisava sair - que estranho, ela quase não pede folga, fiquei com um pressentimento ruim. Terminei tudo rápido,  coloquei tudo na pia.  - Você está arrumada, vai aonde? - Pareceu meio desconfiado. 
Vanessa: Vou dar uma volta na cidade, fazer umas compras nada demais - odeio mentir e quando eu minto nunca olho no olho da pessoa, Junior pareceu que acreditou e não falou mais nada. Peguei minhas coisas e vi que já era 09:50, entrei no carro,  coloquei no GPS o local e fui em direção. Seja o que Deus quiser! 

Junior narrando:
Um mês atrás eu tinha mandando mensagem pro Albert, sobre a Vanessa, eu queria devolver ela.  Não queria ela mais comigo,  mesmo meu pai e o Duda sendo contra. Conversei bastante com Albert e decidi que iria deixar ela na boate em Agosto. Mas tudo saiu do meu controle, do dia da mnha lesão ela ficou do meu lado, cuidou de mim e parecia totalmente diferente de antes. Ela me tratava com carinho, amor e não tinha aquele medo estampado em seu rosto. Acabou rolando sexo nisso, pode ser estranho, mas eu não senti que foi amor. Eu gostava da Vanessa, mas não era parecido com amor, eu acho. Acabei me acostumando e falei que não queria maisdevolvê-la, tivemos uma discussão e acabei dando um pouco de dinheiro ao Albert pra ele parar de encher o saco. Contudo isso, ele me mandou umas mensagens falando que a Vanessa tinha marcado de se encontrar com um ex cliente em um motel, hoje, de manhã.  De primeira não acreditei, achei que ele estava blefando, até ele passar o local e horário, número de quarto que ele sempre pega. Tentei descobrir quem era o rapaz, e descobri apenas que era Gabriel, um cliente da boate e empresário. Não poderia acreditar, eu precisava ir até lá. Me arrumei rápido e fiquei esperando pra tomar café, quando desci percebi que ela estava arrumada e minhas duvidas foram se confirmando. Não posso acreditar que essa vagabunda vai fazer isso comigo, perguntei a onde ela iria e ela falou que ia fazer compras, não sabe nem mentir. Esperei ela sair e fiquei pensando se deveria ir até o local ou não, eu tinha medo de chegar e ver o que não queria. Eu estava começando a ter um sentimento por ela, dai ela faz sso comigo?! Isso não vai ficar assim. Peguei as chaves do carro e fui rumo ao endereço, era um lugar meio longe. Provavelmente ela já tinha chegado, pois fazia 40 minutos que ela saiu, eu fiquei olhando o relógio e pensando. Pode ser que tenha até acabado, pois era assim que ela vivia. 
Cheguei ao local estacionei, coloquei um boné e o óculos, Albert tinha me falado que seu cliente pegava o quarto número 21, era a onde ele marcava com as garotas da boate.  Fui na entrada do motel de quinta e entrei, não falei com ninguém e fui até o elevador. Entrei e subi até o andar, abriu as portas, sai e fui em direção ao quarto. A porta estava entre aberta, abri devagar e vi uma das piores cenas até agora. Vanessa estava deitada na cama, de peças íntimas, enquanto um cara estava ao seu lado de cueca. Eles pareciam estar dormindo, não aguentei ficar olhando aquilo. Sai o mais rapido desse lugar. Liguei meu carro, e dei partida correndo. Não estava ligando pra mais nada, não sabia o que estava acontecendo comigo, eu sentia ódio, raiva e tristeza. Aquela vagabunda tinha me traído na cara dura, isso não ficaria assim...
Cheguei em casa igual foguete, avisei ao Albert que ele poderia buscar a Vanessa amanhã mesmo. Não quero mais ela aqui, eu a odeio e pode acreditar isso não vai ficar assim. Ela vai se arrepender do que fez comigo e de um jeito bem pior. 

Vanessa narrando:
Acordei em uma cama, estava me sentindo tonta, olhei ao quarto e não me lembrava de nada, não tinha ninguém apenas eu de roupa. Fiquei tentando processsar tudo, até sentir uma vontade enorme de vomitar. Corri até o banheiro e vomitei tudo o que podia. Esperei esse mal estar passar e fui até a pia. Lavei a mão, nuca e rosto. Escovei os dentes com as coisas do banheiro e fui até o quarto. Peguei meu celular e era 7 da noite. O Junior deve estar louco atrás de mim, eu sumi o dia inteiro. O que eu vou dizer pra ele? Peguei minhas coisas, e lembrei que quando vi o Albert ele falou algumas coisas e depois disso eu apaguei. Não era possível, será que ele me dopou? O que será que aconteceu? Eu não lembro de nada, meu Deus o que será que foi dessa vez? Fui pra casa, eu precisava do meu marido. Estava com aquele pressentimento ruim ainda, e não sabia o que poderia acontecer. Meus olhos começaram á lacremejar, eu não posso chorar. Se controla Vanessa. Entrei em casa e estava um silêncio, minha cabeça doía muito. Olhei e vi o Junior descendo a escada sem expressão no seu rosto. 
Junior: Como foi as compras meu amor?
Comprou muitas coisas? - Vixi, eu estava sem nenhuma sacola, com dor e não sabia o que tinha acontecido direito. Ele disse em um tom tão irônico que me dava medo.
Vanessa: Bom.. Eu.. Ham... Não fui fazer compras, fui da uma volta por Barcelona - precisava arrumar uma desculpa melhor, porque essa foi péssima. 
Junior: Que legal - seus olhos transmistiam raiva. 
Vanessa: Eu vou tomar banho tá? - Fui subindo as escadas até ele segurar meu braço e fazer eu voltar pra sala. - Você está me machucando - olhei séria pra ele.
Junior: Eu estou machucando? E aquele cara que estava na cama com você hoje? 
Vanessa: Que cara? Tá louco? - Junior só pode ter bebido hoje. 
Junior: Louco é pouco pro que eu vou fazer hoje Vanessa, se prepara, primeiro você vai sentar,  AGORA!!!! - Sentei com medo, eu já tinha visto ele várias vezes nervoso, mas hoje ele estava o dobro disso. - Você achou mesmo que ia me fazer de idiota né? Pagando de boa moça, que estava realmente querendo que o casamento desse certo, mas na primeira oportunidade quis me trair, tava tudo perfeito, pena que eu já sabia disso tudo. Achou mesmo que conseguiria fazer isso sem eu saber? - Em momento algum ele aumentou a voz, o que era estranho, e eu estava com medo. Os seus olhos transmitiam algo que eu não queria que fosse. 
Vanessa: Junior eu posso explicar, não é nada disso.
Junior: CALA A BOCA SUA VAGABUNDA, ANTES QUE EU MATE VOCÊ HOJE - me pegou pelo cabelo e foi me arrastando até a cozinha. 
Vanessa: Junior pelo amor de Deus para com isso, você está me machucando - ele me empurrou com tudo na mesa de vidro, tive um impacto grande com a mesa. Já estava chorando e com medo, ele foi até a pia. Pegou uma faca e ficou segurando. Engoli em seco, ele estava fora de si e podia fazer qualquer burrada. - Larga essa faca, vamos conversar.  Sem me machucar - olhei em seus olhos e vi o quanto estava vermelho pela raiva. 
Junior: QUAL A PARTE DO CALA A BOCA VOCÊ NÃO ENTENDEU? ACHOU MESMO QUE IRIA TRANSAR COM OUTRO E FICAR AQUI ME FAZENDO DE IDIOTA? VOCE NÃO SABE DE NADA, QUER QUE FODAM VOCÊ, TUDO BEM - ele me pegou, me virou de costas segurou meus braços e tirou minha calça com força - ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA, ACHO BOM FICAR BEM QUIETINHA PARA EU NÃO MACHUCAR VOCÊ - ele rasgou minha calcinha, eu já estava chorando horrores, eu não lembrava de nada do que aconteceu, não sabia o que o Junior tinha visto. Mas ele estava possuído. Era outra pessoa que eu via ali, quando senti ele entrar seco na minha parte de trás, eu dei um grito, ninguém nunca fez isso, tentei sair e ele não deixou, ele começou a estocar com força me machucando, eu estava praticamente gritando pra ele parar. Estava doendo muito, tentei me debater de todas as formas, até eu conseguir o chutar, minhas partes íntimas doíam muito. Dei um chute em suas pernas e quando ele veio novamente ao meu lado eu joguei um prato em sua direção, ele conseguiu se livrar e eu sai correndo. Tentando chegar ao meu quarto, até ele me alcançar na escada. Me derrubou com tudo, cai de boca na escada, senti gosto de sangue. Ele me pegou novamente pelo cabelo me puxando e levando até lá em cima. Eu me debatia chorando,  não tinha mais forças. Ele era o dobro de mim, eu não acreditava que isso estava acontecendo. Ele me jogou no meu quarto no chão. Ele estava com várias marcas vermelhas pelos meus tapas e chutes. - VOCÊ É UMA PUTA MESMO, ACHOU QUE IA CONSEGUIR ME MACHUCAR SUA ORDINARIA? EU QUERIA MATAR VOCÊ, SÓ NÃO VOU FAZER ISSO POIS AMANHÃ MESMO VOCÊ VAI VOLTAR PRA BOATE, DANDO PRA VÁRIOS E SENDO A VADIA DE SEMPRE.  - Ele deu um chute em minha barriga, e saiu do quarto. Fiquei no chão, chorando descontroladamente. Estava difícil de respirar, sentia muita dor em meu corpo todo, eu não estava acreditando no que tinha acontecendo...
Tentei levantar, e nada quarta vez eu consegui. Fui até o banheiro me apoiando nas coisas, entrei, tomei um banho morrendo de dor e sentindo tudo arder. Quando terminei, me olhei no espelho, eu estava deplorável, minha boca tinha um corte enorme na gengiva. Junior vai me devolver pra aquele lugar, eu não posso deixar. Peguei uma roupa morrendo de dor, peguei o not, achei uma passagem para as 23 hrs pro Brasil, comprei. Não vou ficar aqui, o Junior não pode me devolver para aquele homem. Olhei meu celular e tinha uma mensagem. 

" É amanhã que você vai voltar a ser minha!" 

Comecei a chorar, não vou levar nenhuma roupa. Não quero que o Junior veja. Percebi que a casa estava um silêncio, olhei na garagem e seu carro não estava lá. Fiquei imaginando o quanto estava bom meu casamento, estava tudo indo tão bem. Até isso acontecer. Peguei um caderno escrevi uma carta de despedida pro Junior, fui até seu quarto. Comecei a chorar ao lembrar que fizemos algumas vezes amor, pra mim não era sexo, era amor, o que eu sentia por ele já era amor. Não adiantava esconder mais. Peguei uma blusa de frio dele, e coloquei. Senti seu cheiro pela última vez, liguei para um táxi e fui embora. Eu sentia que seria o último adeus, estava toda machucada e tentei esconder o melhor possível. Chorei o caminho inteiro. Não tinha mais volta! 

Junior narrando: 
Depois de contar tudo ao Duda sobre o divórcio e a volta da Vanessa pra boate  eu fui em uma boate, comi uma gostosa pra ver se eu descontava toda a raiva que eu sentia. Não acredita que aquela vagabunda poderia fazer aquilo comigo, eu estava começando a colocar fé. Não vou me entregar mais pra ninguém. Cheguei em casa, vi seu carro na garagem, e fui até meu quarto. Entrei troquei de roupa, estava tudo silencioso. Olhei em minha cama e estava um papel lá, percebi que estava meio molhado parecia lágrimas, o peguei e o abri. 

"Eu sempre imaginei casar, construir uma família,  ter filhos e ser feliz. Mas tudo saiu do controle quando eu perdi meus pais, foi então que eu percebi que era sozinha na vida até te conhecer naquele pior lugar do mundo. O primeiro homem da minha vida e o último. Quando surgiu aquela proposta do casamento foi a onde eu pensei que conseguiria sair daquele lugar, amar e ser feliz por ter feito a decisão certa. Mas o destino brincou um pouco com nós, mágoas e dores foram sentidas. Mesmo com os pesares, eu continuava colocando fé que conseguiria mudar o meu destino, o seu destino, o nosso! Tentei mudar,  reconstruir e começar do zero com você, como fizemos durante esse um mês. Posso dizer que foi o melhor mês da minha vida,  eu me senti amada, me senti viva e feliz, coisa que fazia anos que não acontecia. 
Eu não sei se foi o teu sorriso, teu olhar, tuas piadas ridículas, ou teu carinho, até mesmo o teu jeito grosso de ser, eu só sei que teu encanto me fascinou. Você me ensinou amar, me fez mesmo não sabendo ser mãe mas a vida acabou não deixando eu continuar o sonho. Eu não me arrependo de nada. Sinto muito pelo o que aconteceu, mas você não acreditou em mim,  não sei o que viu,  não me lembro de nada. Quero que saiba que depois dessa briga eu tomei uma decisão importante a minha vida, eu não quero mais voltar para aquele lugar. Eu não sou de lá e nunca vou ser. Eu não guardo nenhuma mágoa de você, eu te respeito em sua decisão. Hoje eu estou pegando um avião e indo o mais longe possível de você e sua família. Só te peço uma coisa, seja feliz, conheça alguma mulher que lhe faça feliz e nunca a trate como você me tratou, me magoando, me batendo, nunca troque sua esposa por uma qualquer. Seja um verdadeiro homem, um homem que respeite e ame sua esposa, independente de qualquer coisa. Eu estou dando adeus, seja livre. Eu te amo! 
Da sua eterna Vanessa. 


Olá meninas espero que gostem <3.